segunda-feira, 18 de março de 2019

A minha cosmologia


Em que acredito eu? O que realmente ressoa dentro das minhas células? Do meu coração?
Para começar, há sem dúvida alguma uma força, uma energia motriz – Se é inteligente? Sim, mas talvez não corresponda à nossa ideia de inteligência. É de uma inteligência natural, equilibradora. E para haver equilíbrio tem de haver morte, nascimentos, desastres, crescimento, inesperados, forças e fraquezas.
Voltemos a essa energia da qual todos nascemos- um “pó de estrelas” em expansão… Embora seja de uma grandeza incompreensível ao nosso olhar humano, essa energia recria-se a cada segundo, move-se, transforma-se. Nem ela mesma alcançou o equilíbrio! Viaja no espaço e no tempo em busca disso mesmo e, leva-nos a todos nessa viagem.
Porque o que realmente importa não é o destino individual nem universal, mas o caminho que todos juntos fazemos em busca desse equilíbrio. Podemos ser transportados como viajantes que compraram bilhete e que conscientemente buscam também esse equilíbrio; Podemos ser transportados inconscientemente como uma folha que caiu ao rio e se deixa levar…Mas, até aqui, podemos buscar o equilíbrio- deixar-nos levar com confiança nessa inteligência e ao mesmo tempo estar conscientes da força da corrente, dos obstáculos no caminho, comprar bilhete!

De que forma cada um encontra ferramentas para estar consciente? De que forma cada um encontra fé para confiar? Bem, isso, é de cada um e, apesar de sermos muitos, somos de uma diversidade que nos deveria ter já ensinado a aceitar a diferença. Porque, onde eu pouso os pés não será com certeza onde o outro vai calcar. Pode ser perto, mas será sempre um milímetro à frente atrás ou ao lado. A minha direção não será a tua e o meu olhar não capta o mesmo que o outro. E, é nesta dança de energia e força que nos movemos! Dança?? Sim dança (e aqui está a minha diferença, o meu milímetro) pois na música consigo encontrar essa capacidade de ter fé e quando me movo acompanhando essas vibrações não estou consciente. Sorriu, acredito e tenho fé que o meu corpo sabe o que fazer, que o meu corpo sabe transformar a vibração da música em algo meu, que me leva neste caminho de desequilíbrios, mas que sempre, sempre, sempre está apenas em busca do equilíbrio- do Meu equilíbrio.

Como já dizia Hegel, a tese, e a antítese é que levam à síntese e isto faz tanto sentido na minha cabeça- a minha cosmologia consciente percebe que na dialética, há crescimento, há mudança a caminho do equilíbrio- a caminho da síntese. Contudo, esta é uma cosmologia da cabeça, neste momento ando a viver a minha própria dialética – entendimento versus confiança- e só neste choque de Titãs irei encontrar a minha fé!